quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Amor inaudito

 Neila Costa









Eu quero amar-te pacientemente,  
Como desejo-te por convicção.  
E pode parecer bem contundente  
Essa minha rápida confissão...  

Foi esse teu jeito, assim, tão carente  
Que despertou minha grande paixão.  
Quero doar-me a esse amor ardente,  
Vivê-lo com toda minha emoção!  

Agora sigo firme nessa estrada,  
Pelos caminhos desse amor bendito  
E não permitirei nessa empreitada,  

Que alguém venha mudar meu veredito:  
-Quero, por ti, pra sempre ser amada!  
O nosso amor será sempre inaudito! 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Solidão


Neila Costa










Cá dentro de minh’alma, feito açoite,  
Corrói-me a voz crua da solidão.  
Ela se perpetua, dia e noite,  
Tal qual uma grande alucinação.  

Não sei por quanto tempo a ouvirei,  
Nem por quantos anos ainda virão...  
Porém, pouco tempo eu sei que terei,  
Pra suportar tamanha situação.  

Se o sol ao menos eu pudesse ver,  
Teria mais luz pelo meu caminho...  
Então, abrandaria o meu viver.  

Tudo acabará quando eu renascer...  
E o meu coração não estará sozinho!  
E é certo: de você hei de esquecer... 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Riso perdido -Neila Costa




Neila Costa









Num ápice,
Procuro e viso 
Um riso
Perdido,
Digno de dó.
Sua boca sedenta
De comer e beber;
Seu olhar ávido,
Estéril de lágrimas;
Seu corpo pávido,
Frágil,
Tão só,
Ao mundo rendido...
Meio pó,
Vencido,
Sem siso,
Calado...
Tragado pelas teias da vida...

Vagueando

Neila Costa






Neste mundo
Silente,
Sem afago,
Demente,
De medo
Aparente,
Caminho
Com olhar raso d’água...
Se dele
Ando ausente,
Enfastiada,
É porque divago
Em hora
Não vingada.
Como o agora,
As lágrimas
Que não apago,
Deságuam
Na correnteza
Da vida,
Em sentido vago…



Vinho do acaso

Assim caminha a humanidade


Neila Costa






Vestido em velho blue jeans,
O jovem-adulto pára no tempo
E se acha um James Dean,
Com sua jaqueta de couro...
Mas se esquece que na vida
Não passa de mero calouro,
Apenas um simples mortal.

Mesmo assim o ser humano
Dirige alcoolizado
E, tanto faz, se na semana
Ou durante o seu final!
E se quem atropelou
É humano ou animal.
Um tremendo tresloucado!

Gente assim
Vem se estendendo
Tal e qual bicho cupim!
Igualmente, os assaltantes
Com suas metralhadoras,
Bombas, facas e punhais,
Invadindo residências,
Ônibus, mercados e tais!


Gente, que coisa infernal!
Quando chega a policia, então...
É um Deus nos acode!
É um corre-corre,
É bala perdida que explode...
Só Ele pra nos livrar do mal.
E o bandido ainda tem a cara de pau
Pra dizer que é doente mental!
O malfeitor aterroriza a favela,
Usa crianças pra vender sua droga,
Estupra a donzela,
Mata o seu pai,
Faz a família passar vergonha...
A polícia o põe pra correr,
Ele disfarça... E da favela não sai!
Ainda acha que é fama
Aparecer nos jornais.

Menos para bem do que para mal,
São muitos os sinais...
Escravizada pela triste realidade
Vive hoje a sociedade
Sitiada por tantos desmandos...
“Assim caminha a humanidade”!

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