quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Tempo





Neila Costa





Tempo passa a se arrastar
-Sol poente em despedida-
Como se fosse levar
Consigo toda uma vida.

Tempo que tive em meus braços
O tempo da juventude...
Sem rugas e sem cansaços!
Tempo de plena inquietude.

Como a todos é comum,
Do tempo o relógio furta
Nossos anos, um a um...
E nosso viver encurta!

Tempo cheio de trabalhos
Sem tempo para o lazer.
Hoje o tenho aos retalhos
Sem nenhum tempo a perder.

Tempo passa a galopar,
Arrastando nossos sonhos,
E passamos a contar
O tempo que passa... Tristonhos!


Herança






Neila Costa






De tudo,
O que me restou,
Como herança
Foi o ontem...
Cinzelado
Pelas mãos da sina,
Lavado
Com as lágrimas
Da lembrança.
Dobrado,
Engomado
A ferro com esperança...
Guardado
Com naftalinas,
Nas cômodas
Da memória.
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