Sangrando
Neila Costa
Sangram-me as palavras
Como sangra, do vagabundo,
A vida sem sentido...
Inferno nauseabundo.
Sangram-me as palavras
Como quem sangra
Do amor, a ternura;
Do lar, a quietude;
Da sensatez, a prudência;
Da paz, a serenidade;
Da injúria, a paciência.
Sangram-me as palavras
Como quem sangra
Da rua, a tranqüilidade;
Do céu, as estrelas;
Do dia, o sol
E da noite, a lua.
Sangram-me as palavras
Como sangra a sensibilidade
Diante do terror diversificado,
Como sangra tudo o que assola
A enraivecida humanidade.
Sangram-me mais além...
Como quem, na vida, sangra
A carne... e a alma de alguém.
Como Cazuza, pergunto "Que país é este" que nos deixa sangrar pelas palavras, pelos corpos jogados pelos asfaltos da vida, pelo abandono das crianças que morrem e matam por fome e pelo prazer de matar...
ResponderExcluirTudo no seu poema! Muito bem talhado...
Obg pelo post, amiga!
Querida Poetisa Neila, aqui estou admirando esse seu recanto Poético, encantada com sua poesia, que já sabia ser linda!
ResponderExcluirTambém desejo agradecer novamente pela declamação de meus versos que deixo aqui o Link.
Abraços, Efigenia Coutinho
http://www.arte.poesia.nom.br/silencio/silencio.htm