Neila Costa
Não quero
O teu sorriso iluminado
Constrangido,
Encarcerado nessa boca
Louca,
Por medo da escuridão do céu
Da boca...
Não quero
A tua língua presa
Calando a voz,
Se a alma acesa,
Que de amor não fala,
É de animal feroz.
Não quero
Os teus beijos áridos
Nos meus lábios
Úmidos... Ávidos!
Nem a tua felicidade
Em recesso,
Vagando muda
Sem siso,
Pelos andaimes da vida.
Não quero...
Teus braços aos meus,
Omissos...
Quero que cheguem
De improviso,
Para que eu sinta,
Na terra, o paraíso.
Não quero
Teu olhar perdido
Na longitude do infinito,
Indeciso...
Quero-o no meu, impresso,
Conciso...
Não quero
Tua mente mergulhada
Na monotonia
Transparente
De um triste dia...
Quero-a com a minha,
Em telepatia!
Meu amor...
Quero-te sem passo indeciso.
Quero-te aqui, junto a mim,
No mesmo chão aonde piso!